Críticas de Arte
A voz média de uma luta criativa
por Victor Fuenmayor
A mão que tece e é tecida aparece em uma imagem marcante dentro da obra da artista Lisu Vega. Ela repousa entre textos imaginários em voz passiva e ativa, na forma de uma voz média que não existe em espanhol, mas que parece emergir durante o processo de criação artística quando uma luta criativa leva à criação através da conexão entre um objeto perdido e um sujeito resiliente. Geralmente, a artista empreende a reconstrução simbólica da perda através do envolvimento de significantes emocionais nas imagens. Na obra de Lisu, a identificação com a figura perdida de sua avó ajuda a entender a gênese poética de sua produção de imagens e sua própria autoconstrução poética, com referências autobiográficas. Devastada pela dor, em um vai e vem entre memória e recordações, emerge uma imagem familiar, composta de material autobiográfico e uma elaboração híbrida de textos artísticos. Ela deseja reconstruir tecendo, costurando, fazendo fios, cordas e tiras, com os quais constrói objetos mágicos, seguindo os procedimentos de sua avó materna, Yiya, em sua oficina de costura. Lisu encontra seu estilo em conexão com essa figura orientadora. Lembremos que o estilete perfura para moldar a matéria informe, assim como tesouras, agulhas e facas de precisão são usadas por Lisu na criação de imagens por meio de memórias e fotografias como material para sua produção.